Comerciantes fechando as portas mais cedo, donos de veículos instalando rastreadores e moradores erguendo muros mais altos. Essa é a nova rotina em Timon, cidade maranhense que enfrenta um aumento alarmante no número de roubos e assaltos. A sensação de insegurança tomou conta das ruas, e a população cobra respostas das autoridades.
Nas últimas semanas, episódios de violência têm se tornado quase diários. Comércios foram alvos de arrombamentos; motoristas relatam abordagens armadas nas vias de maior fluxo; e até residências em bairros tradicionalmente tranquilos foram invadidas. Segundo relatos, os criminosos agem com ousadia, muitas vezes em plena luz do dia.
“Já fui assaltado três vezes só este ano. Já não sei mais o que fazer. Trabalho para sustentar minha família, mas vivo com medo de sair de casa”, desabafa um comerciante que não quis se identificar, comedo de represália.
Além do prejuízo material, cresce a indignação diante da impunidade. Moradores e vítimas apontam falhas e questionam a eficácia das leis. “A gente até vê a polícia tentando agir, mas os bandidos são presos e logo estão soltos de novo. A lei parece mais do lado deles do que do nosso”, reclama Maria Lúcia, moradora do bairro Parque Alvorada.
A indignação da população ecoa também na arte. Um trecho da música Cachimbo da Paz, do rapper Gabriel o Pensador, ajuda a refletir sobre o momento vivido:
"A criminalidade toma conta da cidade
A sociedade põe a culpa nas autoridades
O Cacique oficial viajou pro Pantanal
Porque aqui a violência tá demais."
Enquanto isso, o medo permanece. Entidades civis organizam reuniões e cresce o clamor por políticas públicas de segurança mais efetivas. Resta saber se o poder público atenderá o apelo da população antes que o medo se transforme em desespero.
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